"Aquele que me vê nem de longe imagina. Debaixo da face serena, um turbilhão de emoções gritam e se desesperam."
Xícara solitária, por que estais assim, tão calada? Não enxerga, daí, meu pranto que escorre acalorando a face desolada?
Xícara solitária, antes transbordante e passante [de mãos quentes a bocas conversantes], por que estais aí, tão reticente?
Xícara solitária, tão calada e absorta, a quem eu não ousaria incomodar senão por esse simples desejo de levar alguma palavra de consolo, não vê que abano as mãos a sua frente?
Xícara solitária, de cor esverdeada e aparência delicada, por que assim, deixada? Por que assim, esquecida?
Xícara solitária que não dialoga, embora esteja eu aqui em sua frente a clamar atenção ou prestes a fazer uma prece, a pedir-lhe proteção. Por que assim, tão desiludida?
Em um pouco de mim há você, embora eu não saiba se também a mim você deseja. Assim, dessa forma, fico aqui, a pairar sobre a caixa d'água, a te olhar no terreiro, a te querer tão bem. Dessa forma, assim, fico a contemplar, ainda que minha imagem não se reflita em suas pupilas envidraçadas.
Por que assim, tão destituída de esperança?
Um comentário:
Amei! Juliana.
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