Dançam.
Pedem por uma caixa cheia de tomates, vermelhos como sangue derramado após a menstruação de todos os meses. Mastigam, embora a massa cozida excessivamente não exigisse muito que fosse feito tal movimento. Enrolam lenços no pescoço, toalhas de papel usadas para secar o óleo da face, da batata, das mãos de graxa do uniforme cinza.
A oportunidade passou por aqui, bateu, esperou e foi embora. Ela diz isso todos os dias mas sabe que, no fundo, há vida pululando a cada minuto, enquanto o pulso da música ritma os passos, a dança. Dança que ela faz sobre a cadeira ou sentada naquele cavalo selvagem. Enquanto lava louças do almoço, enquanto seca no sopro a ardência de um cotidiano. Às vezes falta, às vezes têm-se o que basta. Porquanto haja amor, você sabe, isso é o suficiente.
Um comentário:
Gostei, já tive vizinhos assim também.
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