Você acredita no que vê?
Ainda existem vestígios de realidade
circulando você
marchando em volta, em volta
Para assombrar suas noites,
os lampejos no céu, as idéias
desconexas
desmerecedoras de crédito
Será tudo ilusão?
Olhe e diga o que vê.
Tudo aqui é sua fantasia
Você pode ser o que quiser, vai voar
Vá voar por entre as nuves
Coruja negra como a noite
Vá naufragar na escuridão da madrugada
Você não está sozinho
Mas segue solitário
Nada do que você pode tocar
Nada do que você vê
E do que você sente
É real
Um calafrio sobe pela sua espinha
Conforme uma outra mão desce
E você aperta, puxa pra perto de você
Puxa pra você
Está tomado pelo arrepio, tesão que te descontrola
O toque erótico, os desejos que circundam
Sua mente carente
Mas isso também
era apenas fantasia
Da sua masmorra preto e branco, de onde você
pensa que enxerga colorido
Não há saída, não há escapatória
Mas eu sei
Que sorrateiramente,
todas as noites
Você sonha
E deixa a fantasia
Foge para o real
E voa através da janela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário