É fria a madrugada, ainda que o clima esteja quente
As paredes brancas do quarto me desnorteiam
Quando percebo que estou preso no asilo mental
E nada do que faço
E por mais que eu tente fazer
Nada
Nada pode voltar o tempo, nada pode mudar as opiniões
Os (seus) receios
E em meio ao travesseiro sufoco
As inseguranças irrompem o limite epitelial
E tudo se transforma em desespero
Não tenho como fugir
E tudo se transforma em desespero
Quando constato minha ignorância
Quando me deparo com minha incapacidade
Os problemas não resolvidos (que não serão resolvidos)
E
Eu ainda não estou satisfeito
O capim esverdeou mais uma vez
No fim desse setembro
Mas não foi como antes
É fria a madrugada
A rede está vazia
E eu ainda ocupo o mesmo lugar
(na cadeira amarela)
A xícara de café não responde as minhas inquietações
E não alimenta minhas teorias conspiratórias
E meu único refúgio é pensar que nada é definitivo
Que para a morte
E apenas para ela
Não há uma segunda chance
E me conscientizo de que minha fraqueza é acreditar ter quatrocentas e noventa chances
Meus dedos estão ficando amarelados pela nicotina
Mas encher o pulmão de alcatrão
Não tem adiantado mais
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