Ele assobiou uma última canção, enquanto se preparava pra virar e partir. Não enxergou bem o caminho a princípio, os olhos estavam úmidos com as lágrimas. Chutando a terra, com passos desalinhados, ele seguiu a estradinha em meio ao capim. Estava descrente, não acreditava que tudo havia acabado daquela forma.
E conforme a noite caía, os pesadelos tomavam conta de sua cabeça confusa. Era o culpado? Devia sentir compaixão? O que acontecera afinal? Ele havia aberto o bolso e colocado todas as preciosas pedras da confiança no jogo, mas parece que nem elas conseguiram salvar os alicerces abalados.
Chorou seus ressentimentos, sentado na varanda. Se lembra daquela noite, quando ficamos debaixo da árvore observando as nuvens que cobriam a lua? – ele dizia docemente para a própria sombra, em delírios, com a garganta apertada, numa das tentativas desesperadas de matar a solidão. Andando em círculos, preso na vala de sua própria mente, onde caíra por descuido, tudo estava escuro sem a iluminação da consciência.
Mas na noite mais fria, sucumbiu às desesperanças e saiu. Com a roupa do corpo, correu para longe de casa, em direção às plantações de tabaco. Deixou a luz da sala acesa, uma água adoçada fervendo no fogão e as janelas abertas. Está fora de alcance agora.
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