É dura a dor da dor.
É duro a saudade, são
doloridas as lembranças que não podem ser mais revividas. É
difícil quando se instala permanentemente a ideia que não se poderá
mais contatar o ausente, que ficaram palavras e frases inteiras por
serem ditas. E não serão.
É difícil pisar
novamente o mesmo chão, levantar a poeira e olhar pela janela.
Porque o término de uma era carregou recordações inteiras e nas
promessas de serenidade e paz que beirasse o absoluto eu já não
acredito mais, já não as vivo mais. Em minha cabeça, desespero. Porque em tudo que vejo agora há decadência.
É dura a dor da dor.
É duro da voz ter somente a memória, não poder mais ouvir as histórias nem acompanhar os passos.
É duro ver uma construção se desmoronando. É duro não poder
mostrar vitória a quem muito a esperava. É duro não precisar mais
se empenhar para fazer os cafés levemente amargos. É dura a dor da
dor.
A José Gomes de Paula *1936 †2013
Um comentário:
Entendemos que a dor, quando se sente, não tem como explica-la, é dor...é dor... O que pode ter certeza que além da dor, existe a alegria. E somente em DEUS é que se pode entender.
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