3 de julho de 2014

Confissão em guardanapo



A cidade nos oprime. Os sons nos reprimem. E ciclicamente, vamos nos estourando em uma imensa nuvem de sentimentos, cada qual fora de seu lugar. São milhares de janelas, luzes, apartamentos. Olhos em vigia, de uma entidade que jamais dorme. E vivemos escondidos nas esquinas, longe dos holofotes. Somos diminutos, frente à imensa solidão de uma multidão de desconhecidos. Mas nosso maior desconhecido está dentro de nós. Os limites, as conformações, os vacilos: andamos na beira. E vamos nos implodindo em um tufão de paranoias, cada qual reflexo de uma lembrança.



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