A cidade nos oprime.
Os sons nos reprimem. E ciclicamente, vamos nos estourando em uma
imensa nuvem de sentimentos, cada qual fora de seu lugar. São
milhares de janelas, luzes, apartamentos. Olhos em vigia, de uma
entidade que jamais dorme. E vivemos escondidos nas esquinas, longe
dos holofotes. Somos diminutos, frente à imensa solidão de uma
multidão de desconhecidos. Mas nosso maior desconhecido está dentro
de nós. Os limites, as conformações, os vacilos: andamos na beira.
E vamos nos implodindo em um tufão de paranoias, cada qual reflexo
de uma lembrança.
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