Ele acordou assim, meio assustado. Quando a gente quer acreditar que ainda vai haver retorno, aquela ingênua esperança de que tudo dará certo.
Ei, menino do sorriso no rosto. Seu chão caiu.
Ele levantou assim, ainda não resignado. Sentou-se na mesa da cozinha, só. Trêmulo, mas sem entender muito bem porque, derramou lágrimas enquanto punha café na xícara simples. Amargo ele, mais que o café, não teve fome para nada além dos cigarros. Aquela infantil vontade de jogar tudo pro alto, levantar a bandeira branca e dizer Eu desisto!
Ei, menino do sorriso no rosto. Momentaneamente, você não é nada mais que uma ligação perdida. Um elo rompido. Pare de sorrir.
há papéis espalhados, desordenados, como as ideias. povoa o ambiente a nuvem espessa e aromática das xícaras de café derramadas e sorvidas pela alma. no canto da sala eu me escondo em meio à fumaça. há muito o que fazer, há muito o que ler. há muito o que pensar.
31 de dezembro de 2008
22 de dezembro de 2008
Rotina cíclica
[Parte 1]
Passos
Árvores
Passos
Noite
Passos
Céu escuro
Passos
Não há lua
Passos...
[Parte 2]
Observâncias no meio da noite
Noite escura
Na calçada ouço passos apressados
De gente que não entende
Que de nada adianta
Tanta correria no domingo
Para se chegar a uma segunda-feira
Acendi mais um cigarro enquanto contemplava
Do alto da janela
O ato sarcástico do passador de trotes
Eram duas da madrugada
Observâncias no meio da noite
Noite escura
Do alto da janela observava a calçada vazia
De gentes e de almas
Que com sua ausência
Tornam o domingo tão tedioso quanto o é
Cartão de crédito
Contas do celular
Telefone não para de tocar
Cheguei à segunda-feira
Acordo com a buzina
Do caminhão que encontra em seu caminho
A via obstruída
Roupas novas
O carro anda devagar
Junto aos outros tantos carros
Dos que vão trabalhar
O rádio toca J. Tull
Em meio ao shopping lotado
Lojas cheias
O mundo está funcionando
O relógio se move incessantemente
E o telefone do escritório não atende
Provavelmente estão almoçando
Observâncias no fim da tarde
Voltam todos apressados do trabalho
E impregnados da rotina
Todos esperamos a nova meia-noite
Que nos livrará da paradoxal segunda-feira
E fica apenas como uma lembrança
O ócio espantoso
Do domingo monótono
19 de dezembro de 2008
Distant lover
Pingos de chuva molham minha janela
À minha frente apenas a garrafa de café
Que me mantém acordado
Mantém meus olhos vidrados
Rugas apareceram nos meus olhos
Preocupações me tiraram o sono
Mantive meus olhos vidrados
Fixo, o coração já não sente
Imobilizada, a mente não mais pensa
Precisava me despir da melancolia
Precisava rezar para Deus me ajudar
Olhar ao meu redor sem me desesperar
Já passou tanto tempo sem você
Que não sei mais como era sua presença
Um rastro de lágrimas manchou o chão
Onde um dia você passou
As palmas das mãos ficaram secas
E estilhaçadas as janelas da alma
Mantenho-me com os olhos vidrados
Noite
Pingos de chuva molham minha janela
À minha frente, a garrafa de café
O sofá de couro vazio
E eu me entretendo com o reflexo
Precisava rezar para Deus
Precisava de você pra abraçar
Sentir seu coração pulsar
Precisava de alguém pra conversar
O tempo passou
E preso em minha fantasia
De que um dia você voltaria
Meus ossos pereceram
Como eu queria que visse agora
Meus olhos fundos
Dia após dia
Noite após noite
Eu esperei
Eu imaginei
Eu nunca estive aqui antes
Andando nesse vale de lembranças
Colhendo folhas secas
Folhas negras
Pisando as cinzas dos nossos próprios cigarros
Com a janela aberta
Sentindo os pingos caírem gelados na minha face cansada
Eu tenho os olhos fechados
E me mantenho lúcido
À espera que essa noite acabe
E que semear esperanças não tenha sido um ato vão
À minha frente apenas a garrafa de café
Que me mantém acordado
Mantém meus olhos vidrados
Rugas apareceram nos meus olhos
Preocupações me tiraram o sono
Mantive meus olhos vidrados
Fixo, o coração já não sente
Imobilizada, a mente não mais pensa
Precisava me despir da melancolia
Precisava rezar para Deus me ajudar
Olhar ao meu redor sem me desesperar
Já passou tanto tempo sem você
Que não sei mais como era sua presença
Um rastro de lágrimas manchou o chão
Onde um dia você passou
As palmas das mãos ficaram secas
E estilhaçadas as janelas da alma
Mantenho-me com os olhos vidrados
Noite
Pingos de chuva molham minha janela
À minha frente, a garrafa de café
O sofá de couro vazio
E eu me entretendo com o reflexo
Precisava rezar para Deus
Precisava de você pra abraçar
Sentir seu coração pulsar
Precisava de alguém pra conversar
O tempo passou
E preso em minha fantasia
De que um dia você voltaria
Meus ossos pereceram
Como eu queria que visse agora
Meus olhos fundos
Dia após dia
Noite após noite
Eu esperei
Eu imaginei
Eu nunca estive aqui antes
Andando nesse vale de lembranças
Colhendo folhas secas
Folhas negras
Pisando as cinzas dos nossos próprios cigarros
Com a janela aberta
Sentindo os pingos caírem gelados na minha face cansada
Eu tenho os olhos fechados
E me mantenho lúcido
À espera que essa noite acabe
E que semear esperanças não tenha sido um ato vão
16 de dezembro de 2008
Tempo da solidão
Acendi meu cigarro
E, no tempo de um trago
Passaram por mim
Suas lembranças
Não tem ajudado muito
Tentar me concentrar em tantas
Tantas outras coisas
Eu quero você aqui
Na solidão da noite
Senti falta de suas mensagens
Quando me acordava pra dizer
Que estava com saudades
Na fria escuridão
Chorei por não saber onde te encontrar
Em aflição
Temi não haver mais um laço
Apertei o play
E, no tempo de uma música
Quis desesperadamente
Alcançar seu corpo no ar
Te abraçar com todas as minhas forças
Sentir o calor dos seus beijos
E te ouvir falar que eu te transmitia paz
E agora?
Minha cama está vazia
Em vão minhas mãos procuram as suas
Em vão as lágrimas molham o travesseiro
Em vão passo as noites acordadas
A espera de uma ligação
Abraçado aos joelhos, no canto do sofá
Eu quero você aqui
E, no tempo de um trago
Passaram por mim
Suas lembranças
Não tem ajudado muito
Tentar me concentrar em tantas
Tantas outras coisas
Eu quero você aqui
Na solidão da noite
Senti falta de suas mensagens
Quando me acordava pra dizer
Que estava com saudades
Na fria escuridão
Chorei por não saber onde te encontrar
Em aflição
Temi não haver mais um laço
Apertei o play
E, no tempo de uma música
Quis desesperadamente
Alcançar seu corpo no ar
Te abraçar com todas as minhas forças
Sentir o calor dos seus beijos
E te ouvir falar que eu te transmitia paz
E agora?
Minha cama está vazia
Em vão minhas mãos procuram as suas
Em vão as lágrimas molham o travesseiro
Em vão passo as noites acordadas
A espera de uma ligação
Abraçado aos joelhos, no canto do sofá
Eu quero você aqui
12 de dezembro de 2008
Planos de Janeiro
Vamos viajar
Embarcar num navio em alto mar
Eu não sei nadar
Vamos passear
Ladeira abaixo
Asfalto novo e pneus a rodar
E eu não sei nadar
E você vai gostar
(Ah, eu sei que você vai gostar)
Aceite sem pestanejar
Aceitamos o Visa
Aceitamos o Master
Se for à vista, já pode entrar
Ah, eu vou voar
Braços abertos
Braços esticados
Braços a remar
Nuvens brancas
Mar azul
Azul gelado
Nuvens geladas
Nuvens brancas
Asfalto cinza
Asfalto quente
Pneus ardentes
Vou correr
Não vou me abster
Não vai parecer
Não vai perecer
Tenho o cuidado de não bater
Compre a comida
Compre as bebidas
Comprem seus cigarros
Não esqueçam meu café
Vamos viajar
Não sei onde vamos parar
Vamos viajar
Vamos velejar
Andar
Vamos passear
Atenção ao olhar
É bom observar
OK
Sinal verde pra embarcar
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