30 de janeiro de 2018

Expansão

[N.A.] Cada palavra parece agora uma pequena adaga que fere sem matar, apenas deixando um rastro leve, mas perceptível, de lágrimas vermelhas. Não é possível evitar o inevitável.




Eu apareci com meu coração aberto, e estendi mãos que, ainda calejadas, prontificavam-se a permitir e conceder o merecido afago. Eu entreguei as chaves e dei carta branca, e senti-me liberto e confortável, como dificilmente poderia me lembrar de já tê-lo estado. O que despontava de meus lábios era apenas brasa e carinhos, e avancei por caminhos desconhecidos e carregados de beleza tão indescritível quanto inédita.



Agora,


Quando se lembrar de mim, lembre-se com afeto. Quando pensar em mim, pense com compaixão. Quando minha voz ressoar, que não seja fantasma, mas uma doce canção. Quando eu, inesperadamente, aparecer em uma foto, que não seja indesejável, mas a recordação de algo que pulsou vívido e alimentou a fome com um banquete.

Que o amor que foi intenso e concentrado agora espalhe-se sem barreiras, sem remorsos e sem cicatrizes. Que o que foi construído não desabe, mas possa servir de habitação para outras almas, e que cada decoração, cada retoque, não seja encoberto de cinza, mas contribua com um mosaico que ainda receberá novas cores e formas.

Quando se lembrar de mim, lembre-se com amor, e que o amor transforme tudo como uma enxurrada, como deve ser, como sempre foi. Pois nada será perdido, e sim transformado, nada será controlado, e sim permitido. Não há reservas, porque não há limites. A vida é urgente, a vida é contato, e o contato é amor.



Um comentário:

Anônimo disse...

<3 GEBRIM, T., sempre será sinônimo de "O AMOR EM PESSOA!"