7 de junho de 2009

Ato confessional s.n.

Não, não estava...

Cada vez mais a noite se apodera de meus pensamentos, e tudo que sinto é distante. Ao longe luzes de uma cidade deserta, aqui perto o fantasma de antigas memórias que insistem em não se apagar.

Eu não me vejo mais, tudo está inscrito em você, e se em você não faço diferença, não dou por existir. Sou o puro reflexo.

A noite consome minha autoestima, meus objetivos se descontinuam e o presente é sempre detestável, sempre detestável – não porque o seja, mas porque em um minuto fará parte do passado, esse sempre tão almejado e inalcançável.

Não me sinto bem. Não me sinto completo. Não sinto um solo firme onde depositar meus sentimentos.

Tento me dissociar das lembranças boas, mas aqui nada é realmente bom. Eu me engano com risos falsos, em companhias boas (verdadeiramente boas, mas ainda sim estou só), e estou vazio. Criei situações engraçadas, projetei sensações, esperanças e personalidades. Criei alguém virtual pra me dizer “eu te amo”. Nada além das lembranças é suficientemente firme, mas mesmo as lembranças estão se tornando nubladas e incoerentes.

Me sinto só. Só e vazio.

Nenhum comentário: