31 de maio de 2011

Onde vou me sentar agora?

“Parece que, nesse intervalo, perdi meu lugar. Onde vou me sentar agora?”


Eu, que costumava viver paixões desmedidas, estou sentando nesse lago seco agora. Em meio a algumas ervas daninhas, próximo a pedregulhos que desafiam o esquadro por sua angulação ameaçadora. Mas mais ameaçadora agora é a minha situação de pensamentos. Desordenados e descabidos, onde eu vou me sentar agora?

Em meio a uma sequência de eventos que eu não controlei alguém ligou o ventilador e soprou toda essa areia para cima. O deslanchar da música não coincide com o abaixar da poeira. Eu não enxergo, eu ando com as mãos sobres os olhos, eu dou passos em falso. De repente toda a segurança caiu por terra, quem está no controle agora? Onde eu deixei cair a peça?

São sentimentos que me travam dessa maneira e impedem minha mente lúcida de tecer soluções racionais? Quanto mais me debato mais parece-me afundar todo o barco. Eu olho em volta mas as motivações parecem ter cavalgado para muito além do horizonte, onde também o sol já começa a se por. Onde vou aquietar minhas angústias agora?

As trombetas tocam ao longe, as lágrimas escorrem perto demais. Sou responsável por mais de uma vida? Como tentar apaziguar as situações, como tornar tudo menos doloroso? Como vou extinguir a dor? Alguém me dê um manual de como resolver essas charadas que encontrei sem solicitar. No final das contas, cada um seguirá, solitário como sempre o fora, a sua vida, em rumos opostos? São vias paralelas, sem um ponto de intersecção futuro?

No final, parece que já estive nesse cenário antes. Ele é sempre nebuloso, para onde quer que se olhe não há alvorada. Onde vou, meu Deus, me sentar agora?


Um comentário:

Maycon Conká disse...

Onde vou me sentar agora, e qual o rumo seguirei na minha vida? Infelizmente a vida é assim, solta, livre como um embrião de agua vida, que se fixa e libera o seu gerado para o mar a fora!