12 de fevereiro de 2008

Joanápolis - Parte 3 (versão editada)

Esses dias, tive saudades de nossos passeios na fazenda. Tive saudades de nossos caminhos percorridos por Joanápolis, e da simplicidade de tudo ali. Seria bom pisar de novo aquela terra e levantar a poeira.

(...) Bom seria reviver nossa vida de anos passados, ou nem tão longe precisássemos ir, bom seria, então corrigindo, viver nossa vida de ano passado. Passearmos em grupo pelas árvores de lembranças, plantações de boas recordações. Tentar afugentar aquela cobra (lembra?), ou tirar os vermes que entram na meia.


Vermes daquele mato verde, aquele capim bom de deitar pra vislumbrar o céu de noite. Ou então ficarmos em cima da tampa de concreto do reservatório de água. O refúgio de toda noite, depois de estudarmos de dia, de tarde. E a rotina? Fazer almoço uma da tarde, comer misto-quente, vulgo bauru, no café da manhã, e de noite, e no lanche da tarde...


Esses dias, esses dias eu tive vontade de pegar o carro e ir à casa de um e de outro, na casa de todos, recrutando um a um para um acampamento agora, hoje, inesperado, despreparado e que sempre dava certo. Sempre, claro, faltava uma coisa, e sempre, claro, prometíamos a nós mesmos não esquecer daquele detalhe da próxima vez, fazer tudo com calma e paciência. Mas só da próxima vez, hoje não...


Vamos pegar o primeiro ônibus pra Joanápolis, pode ser o de sete da noite, pra chegarmos lá naquele clima todo especial de Sábado de descanso, os bares cheios, crianças despreocupadas com o sereno que jogam bola na praça, o mercado de Ávila que toca música saudosista e que todo mundo escuta de bom grado. Eu, pelo menos, escuto! Ou então vamos às seis da manhã, ou da madrugada, como vão preferir alguns ao se referirem ao horário. Vamos cedinho, vamos chegar lá topando com o sono da cidade, que está indo embora justo naquela hora. Vamos à mercearia comprar a primeira leva de pão pra nos fortalecermos para a caminhada (são 10 quilômetros até a fazenda, moçada!). Vamos ver a Kombi (era Kombi?) que abastece o café da manhã diário dos moradores, levando este já referido pão.


Esses dias estive pensando que vamos já, refazer todo aquele caminho, nos preocuparmos com as cobras e com as poças da estrada de eucaliptos. Vislumbrar o pequeno Cristo Redentor do “Morro do Carioca” e, quem sabe, chegaremos até a Santa Lúcia. Vamos fazer uma reunião extraordinária no Banco das Decisões (acho que até um cafezinho eu vou levar) e conversar sobre banalidades.


Todos prontos?

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