7 de setembro de 2013

Linhas escritas, porque muito ficou a ser dito, e a quem gostaríamos, não falaremos

É dura a dor da dor.

É duro a saudade, são doloridas as lembranças que não podem ser mais revividas. É difícil quando se instala permanentemente a ideia que não se poderá mais contatar o ausente, que ficaram palavras e frases inteiras por serem ditas. E não serão.

É difícil pisar novamente o mesmo chão, levantar a poeira e olhar pela janela. Porque o término de uma era carregou recordações inteiras e nas promessas de serenidade e paz que beirasse o absoluto eu já não acredito mais, já não as vivo mais. Em minha cabeça, desespero. Porque em tudo que vejo agora há decadência.

É dura a dor da dor.

É duro da voz ter somente a memória, não poder mais ouvir as histórias nem acompanhar os passos. É duro ver uma construção se desmoronando. É duro não poder mostrar vitória a quem muito a esperava. É duro não precisar mais se empenhar para fazer os cafés levemente amargos. É dura a dor da dor.



A José Gomes de Paula *1936  †2013



Um comentário:

nario almeida disse...

Entendemos que a dor, quando se sente, não tem como explica-la, é dor...é dor... O que pode ter certeza que além da dor, existe a alegria. E somente em DEUS é que se pode entender.