6 de março de 2009

Descaso

Então acenderam a luz
Procurando o que seria realmente um pecado
Entraram apressados
E cegos pela suas obsessões
Não perceberam que pisavam a mão de tantas crianças inocentes
Presas no chão por frias correntes

O mundo tem surpreendido a todos
Quando os interesses são colocados em jogo
E sabemos que a mesa não dará lugar aos derrotados
Aos cansados e aleijados

Na fila para a execução
Além dos berros e suspiros de perdão
Os importantes poderosos governantes,
As pessoas que olhavam de cima,
E as mãos suplicantes
E num gesto de vaidade
Todos viram os rostos
Quando desce a lâmina sobre o pescoço do meliante

É triste ver como
Sem que ninguém possa perceber
A sombra tem tomado conta
Os princípios se esvaem
E já não há alguém a nos proteger

[Pausa, clamores, e reflexão]

Não, não há mais perdão
Em nenhuma outra ocasião
O fraco e o desprovido perecem
Sob nossos pés e nossas vistas
E nenhum de nós quererá abaixar para lhe dar a mão
E nenhum de nós se importará com o sofrimento alheio
E, jogados como os deixaremos
Ficarão longe, para não despertarem nosso vil receio

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