24 de março de 2009

O polígono

Já é noite
Minhas brancas alvas mãos
Não alcançam, não respondem
Onde vou encontrar você?

Há mais elementos do que eu gostaria nessa brincadeira
Eu não vejo o movimento
Eu não encontro o centro
Eu me perco no pensamento


Eu sofro por besteira

Já é noite
E por dentro há o desdobramento
Da seqüência inicial
Quando não havia nada intencional
(Éramos felizes desse modo)

Dentro do vidro
Da janela verde de cristal
Presa na parede
Na fria parede da sala vazia
É tão vazia quanto nossos corações
(Estamos ficando vazios)

Se alguém mudasse a cláusula
Poderia acontecer diferente
Mas quem é o incompetente?

Há alguém além de eu e você nesse jogo

Estou sentindo algo dentro
Nada a ver com a teoria fundamental
É um movimento elíptico
O circuito foi fechado, acenderam-se as lâmpadas no quintal
É um jogo interessante
Enquanto há a penumbra
Que camufla minha imaginação incessante

Há algo além por aqui
Não deveria estar solto no quarto
Eu fechei as cortinas
Mas a imagem continua sobre o pano
Meu travesseiro possui uma tênue linha cortante

E vem ao encontro da minha boca
E há a possessão
A fuga pós-obsessão

E vem ao encontro da minha boca
E joga pra longe minha roupa

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