
Após as tormentas iniciais
Eu viajei por esse universo
Procurando minha casa
Eu tive medo e frio
Eu tive sonhos ruins à noite
Eu pensei que não existisse mais para você
Não me lembrei a princípio
O que o amor nos causou
Não me recordei após a luta
Quem de nós trapaceou
Então enfim cheguei aqui
Depois de ter passado por indiferenças
Por desgraças que me fizeram perder a esperança
Querido, estou aqui, sou eu ainda
Querido, estou acenando para você na janela
Eu não sinto mais a pele sob as roupas
Mas posso ver seus olhos receosos
Posso sentir a pulsação
Queria entender, de uma vez por todas
Por que essa frieza?
Onde foi parar a clareza?
Quando entraram todas essas mentiras?
Se tivesse me dito que só queria que eu saísse
Eu me afastaria de seu caminho
Eu lhe livraria de todo o tormento que me tornei
Eu não proferiria maldições à sua reputação
Mas agora
Querido, sou eu
Sou eu ainda
Estou aqui, parada com as mãos na vidraça
Deixe-me entrar, deixe-me abraçar as crianças
Deixe-me lhe beijar ao menos uma última vez
Ainda sinto um sopro de vida
Querido, deixe-me entrar
Estou com frio, estou faminta, estou com a pele transparente
Querido, minha imagem à mostra em sua janela
Não pode ver que estou batendo à porta?
Ainda sou a mesma da foto na pedra de mármore
Um comentário:
Vc me deixa inquieto, Tiago, perturbado!
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