16 de março de 2009

Pisância

I) Breve introdução, negada à verdadeira intenção da subseqüente narração

Repressão
Depressão
Enquanto correm nos pântanos e sujam a meia de barro
As mães esquentam as rãs e as mãos com o anel de noivado
Estragam

Suspeição
Pretensão
Enquanto afogam-se nas águas cobertas de nata e sal
Galopa o traidor segurando a lança firmemente sobre o animal

Pisância

Tocam os órgãos eletrônicos de fibras de vidro
Triângulos escalenos sob comando entrando em revolta
No terreno da Primeira Dama seus iniciais sinais de necrófila


II) Na cozinha de Pisância

Sob a dormência da mão
Pisância rema sobre sua vassoura rumo ao porão
Passa pela cozinha de visualização escura
Onde uma negra escrava se empanturra
Eleva-se sobre a geladeira azul, a fim de evitar uma colisão

Dentro do forno assam-se biscoitos
Os pobres lá dentro, afoitos
E na mesa amadeirada de tábuas rajadas
Presencia-se a dolorosa morte do queijo
Assassinado a facadas

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